No dia 19 de junho de 2021, 2 anos e seis meses após Jair Messias Bolsonaro assumir a presidência, chegamos à triste marca de 500 mil vidas perdidas. 500 mil vozes silenciadas. 500 mil amores interrompidos. 500 mil pessoas que não estão mais aqui e boa parte delas por incompetência, muita incompetência, deste que ocupa o posto de presidente da República. Posto esse que nunca deveria ter ocupado.
Hoje o Brasil paga caro por essa escolha infeliz. O Brasil sangra e muitos pais, mães, irmãs, filhas e filhos não estão mais entre nós. E por falta de vacina. Por falta de uma gestão que possibilitasse ao trabalhador realizar o isolamento social. Mas não, Jair Messias preferiu rir da Covid-19, zombar de quem estava morrendo, agonizando sem respirar.
Preferiu fechar acordos para se beneficiar distribuindo cloroquina. Preferiu subir em uma moto e desfilar tal qual Mussolini, o fascista italiano. Faltam kits de intubação, ele faz a Copa América. Cresce a média de mortes, ele xinga jornalistas. Faltam leitos de UTI, ele inaugura ponte de madeira. A fome volta a ser parte da realidade brasileira, ele faz churrasco com picanha de luxo.
A lista de ações bizarras desse senhor é enorme. Ele zomba e brinca com o sofrimento do povo brasileiro. Nunca, em meus 38 anos de vida, pensei testemunhar tamanho sofrimento em nosso País. Desemprego. Miséria. Violência policial. Violência contra a mulher. Jair Messias inaugurou uma era de sombras sobre o Brasil.
Eu poderia escrever parágrafos e parágrafos sobre os atos desrespeitosos desse que está na presidência, mas hoje, justamente hoje me sinto devastada com o tamanho da tragédia que vivemos. 500 mil pessoas. Eu conheço, convivi e sou da família de algumas delas. Assim como você que agora lê essas linhas, no mínimo, conhece alguém que se foi e sabe, como eu, que muitas dessas mortes poderiam ter sido evitadas.
Porém, mais que o senhor Jair Messias, Paulo Guedes, os zeros (01, 02, 03, 04), o que ainda me corta o coração é ver quantas pessoas se identificam com a política da morte instaurada por eles. Diante da dor dos outros, o escárnio. Ver o quanto insistem em velhos estereótipos para desqualificar aqueles que defendem a vida. Sim, porque hoje no Brasil lutamos para viver e derrubar Bolsonaro: é um caso de vida ou de morte, até agora da morte de meio milhão de pessoas.
Contra todo esse escárnio e enfrentando o medo do vírus, hoje fomos às ruas no ato 19J Fora Bolsonaro em mais de 400 cidades brasileiras. Mais de 750 mil pessoas em 427 atos no Brasil – e 17 países no exterior – contra a negligência do Governo Federal. Desde pequenos atos no interior até 9 quarteirões da Avenida Paulista lotados em São Paulo, hoje pudemos ver nas ruas pessoas diversas, de personalidades públicas e anônimas. O sentimento de dor presente em cada rosto compartilhava lugar com a coragem para lutar e enfrentar toda essa política da morte de Bolsonaro. O grito é um só: #ForaBolsonaro.
Guilherme Boulos (PSOL) e Chico Buarque comemoraram aniversário no ato e ajudaram a mobilizar também as pessoas nas redes. Assim como as atrizes Paolla Oliveira, Alessandra Negrini e Fê Paes Leme. A grande mídia desta vez não conseguiu esconder que nós estávamos nas ruas contra Bolsonaro e sua política do ódio e da morte. No dia em que atingimos a triste marca de 500 mil mortos, a grande mídia não teve outra escolha senão noticiar que ocupávamos as ruas para gritar: FORA BOLSONARO!
E não digo nós, somente o campo da esquerda, porque personalidades como Mandetta e Amoêdo e veículos como O Globo, UOL e Estadão ajudaram a ampliar o ato das ruas para as redes. Somos grandes! Somos muitos. Estamos tristes, de luto, mas na luta. Não temos medo e nos inspiramos e nos alimentamos da força que emana das ruas nesse dia 19 de junho, um dia trágico. Um dia de mobilização e de dor.
Um dia de luto. E de luta. Sabemos que quanto antes Jair deixar o poder, melhor será para o Brasil.
Publicado em: 20/06/21
De autoria: casadevidro247
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